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  1. «Só para justificar este texto estranho: eu não tive tempo de terminar, nem revisar, nem mesmo dar um título para ele, por isso não quero participar da votação, mas queria expor o que escrevi da mesma forma para a apreciação dos leitores.»
    Obrigada
    Medéia


    Saiu do formigueiro e olhou o sol brilhante e o céu azul. Respirou fundo e pôs-se a andar em direção ao aroma de comida. A grama alta indicava que havia a típica combinação de chuva e calor do auge da primavera. Seus pés ritmados deixavam leves pegadas atrás de si. Foi quando uma sombra cobriu o sol fazendo-o olhar para cima.

    Mas o que era exatamente aquilo? Ele não sabia e resolveu investigar. Saíra preparado para escalar se preciso fosse, e realmente era necessário. Com um fantástico pulo içou seu corpo a mais do que o dobro do seu tamanho alcançando parte do objeto que sombreava seu caminho. Ao pôr seu pé nele sentiu uma maciez que não imaginara. Ligeiramente rosado, o objeto era extenso, muito maior do que podia supor. Via ao longe muitas curvas e morros e não podia ver seu final, percebia que devia estar no começo (ou seria no final?).

    Resolveu explorar ao seu redor antes de continuar a caminhada. Era tudo muito macio e suave, mas existia um conjunto de pedras vermelhas que ele nunca havia visto antes. Eram pedras pois eram mais duras e deviam estar profundamente enterradas pois não conseguiu nem mesmo movê-las. O solo não era terra comum porque não podia ser escavada, mas era elástico.

    Sentiu novamente o cheiro de comida e resolveu seguir adiante. Uma leve subida levava a uma região reta com pouca curvas e alguns pequenos arbustos de uma só folha espalhados por toda área. Puxou um mas não conseguiu retirar facilmente. Fez mais força e a terra sobre seus pés mexeu-se abruptamente. Teve que se segurar para não cair.

    Esperou o terremoto passar e de repente parecia que estava pendurado no ar. Como se o chão sob seus pés tivesse se movido. Com mais um pulo voltou a vertical e apressou seu passo em direção ao cheiro de comida.

    Mais um morro em sua frente, fácil de passar, foi transposto e novo declive suave com um aclive leve na seqüência. Este objeto era mesmo curvilíneo. De repente uma pequena fenda onde terminava a parte rosada e iniciava uma parte vermelha vibrante. Esta parte vermelha era escorregadia e ligeiramente gelada. Segurando-se para não escorregar, transpôs devagar até chegar à parte rosada novamente.

    Olhou para trás e viu o longo caminho percorrido. Quando se virou para frente quase se desequilibrou e caiu em um poço não muito fundo no meio do caminho. Contornou o poço e viu dois morros gêmeos do mesmo material vermelho brilhante e entre eles um vale rosado. Para não repetir a escorregadia experiência passou entre os morros espantadíssimo com o tamanho deles. Tão assombrado estava que quando deu por si estava no meio de um emaranhado de fios dourados brilhantes.

    Que lugar realmente estranho, mas o cheiro de comida até sumiu pois os fios cheiravam a flores e estavam levemente úmidos. Saiu do meio deles e viu um grande paredão que levava a uma plataforma. Parecia ser o ponto mais alto do local. Se pudesse ver a comida de algum lugar, com certeza seria dali.

    Lentamente foi subindo, agarrando-se como podia enquanto sentia um ligeiro tremer do chão embaixo de seus pés. Levou o que lhe pareceram muitas horas na subida, mas conseguiu chegar lá e descobriu um local ainda mais alto com duas enormes cavernas na base. Este lugar esta ficando mais estranho a cada momento. Entre as duas cavernas e a plataforma onde estava uma grande fenda rodeada por um brilhante líquido vermelho e espesso cheirando a morangos exalava um ar quente em um tempo ritmado.

    Não sabendo mais como agir, ele olhou ao seu redor e viu a grama bem embaixo com um suculento prato de sanduíche. Ali estava o que queria, mas como descer?

  2. 6 comentários:

    1. Anônimo disse...

      Que fofo!!!!
      Você abordou o tema de uma forma encantadora.
      Parabéns!!!
      Bjs

    2. Anônimo disse...

      Tá vendo, vc falou que tá inacabado, mas pra mim tava pronto e muito belo, tanto que comentei normal... percebeu?
      Acho que está ótimo seu texto, o que mais pretendia fazer com ele?
      Bjokassss
      Ly

    3. Vivi disse...

      Uma bem-vinda alegoria, Medéia. Fiquei maravilhada com os registros metafóricos do corpo feminino: texturas, sabores e cheiros. Senti-me caminhando ao lado do desbravador...rsrs
      Como tem sido recorrente, você nos apresenta propostas inovadoras e interessantes. Muito bom!
      PS: Não vou dar bola para perfeccionismo, não... Todos somos dessa raça, exigentes até o último fio de cabelo, e aqui estamos. Aliás, Se o texto aqui está, porque não submetê-lo a votação? Tá na chuva é para se molhar!!!!. ;)

    4. Anônimo disse...

      O título e o texto me chamaram a atenção. A justificativa é que foi estranha mesmo. Desnecessária...O problema não é o texto estar inacabado. Soou como um gol contra pedir que retirem seu texto da votação, falou?

      Abraços
      Távio

    5. Cris disse...

      Menina Medéia!!!
      Não sei como você teve a coragem de esclarecer tudo aquilo no inicio do texto...vou lhe ser muito sincera, ninguém teria percebido.
      Seu texto ficou diferente e delicioso de se ler. E não tem nada disso de não participar da votação! Concordo plenamente com a Vivi.

      Parabéns!

      Bjs

    6. disse...

      Concordo Medéia com a opinião de todos aqui. O texto ficou bacana e muito criativo.
      O fato de vir com toda aquela justificativa já cria no leitor uma percepção negativa do texto.
      O que não é o seu caso, pois mesmo com seu "jogo contra você mesma" a percepção que tive sobre o seu texto foi totalmente oposta. Não só eu, mas todos que manifestaram a opinião neste espaço. Portanto, fica o recado:Não faça mais isso!!!!!!
      Deixe que o leitor julgue o texto.
      Esse foi o unico ponto negativo de sua produção.
      Bjs e parabéns!!!