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  1. Meu primeiro amor

    04/12/2008

    XVI Desafio
    Tema: Segredos
    Período para votação: 05 a 08 de Dezembro

    Por Lyani

    Ela ainda era uma criança, para aquela época. Nos dias de hoje já estaria se maquilando e indo ao shopping sozinha com as amigas e quem sabe comentando dos meninos com quem ficara na última balada. No entanto, a época era outra e ela ainda brincava de boneca e mantinha um diário rosa cheio de figurinhas brilhantes bem escondido no meio das blusas de inverno no maleiro. Tinha cabelos longos e encaracolados que iam até o meio das costas e os olhos já começavam a perder o tom esverdeado que os tornavam idênticos aos da avó paterna. Tinha chegado recentemente de Minas Gerais e estava praticamente seis meses adiantada nas lições da escola, o que a deixava com muito tempo livre para brincar a vontade e sonhar muito também. Já carregava em si um mundo interno e pesado demais para sua idade que às vezes transbordava em palavras soltas e desconexas no diário secreto.

    Ela era nova demais para entender o motivo que a levou àquele pensamento tão adulto e desconexo com o seu mundo, quando o viu pela primeira vez. “Eu vou me casar com ele” foi o pensamento enquanto seus olhos que já começavam a perder o brilho infantil, o olhavam atentamente. Ele era demais. Alto demais, magro demais, branco demais. E usava umas roupas escuras demais e tinha um sorriso bonito demais. E era estranho demais vê-lo sentado no balanço do parquinho do prédio onde moravam, porque ele já era grandinho demais pra isso. Sua melhor amiga o apresentou e quando ele a cumprimentou, os amigos dele soltaram risinhos que a fizeram ficar vermelha demais.

    O nome dele tinha um som bonito nos seus lábios quando o ficava soletrando deitada no sofá, ou sentada no mesmo balanço onde ele estivera naquele primeiro dia. Seu coração batia descompassado quando imaginava que o encontraria de novo nas escadas do prédio, na portaria, na garagem. Não deixou de brincar com suas amigas, nem de correr feito moleca por entre as flores do jardim, nem de apostar corrida na piscina ou andar de patins na garagem deixando aquela senhora do primeiro andar possessa. Mas entre um sorriso e outro, um jogo e outro, uma brincadeira e outra, lá estava ele e aquele nome de cinco letras a espreitar seus pensamentos.

    E ele começou a aparecer mais vezes. Vinha sempre ficar ao seu lado, dizia seu nome lentamente, como se soletrasse letra por letra, como ela fazia quando estava sozinha e pedia para brincar com ela, mesmo já sendo um tanto crescido para isso. Haviam três longos anos entre as idades deles, e fazia uma boa diferença. Ela se esquivava, dava respostas tortas e rudes, fazia cara feia pra ele. Mas ele só sorria, e persistia em ficar sempre perto dela. Era incrível como ele começou a aparecer a todo momento e em todos os lugares. E enquanto o afastava com respostas atravessadas, suspirava sozinha em casa, sonhando com o futuro quando seriam um casal feliz.

    Nunca poderia se esquecer do dia em que ele, lá da janela do quarto andar, onde ele morava, gritou que a amava quando ela chegou da escola numa quarta-feira. Fechou a cara pra ele, andou depressa pra sumir da frente do porteiro que ria do inusitado rapaz. Todo mundo já sabia que ele gostava dela, e que ela também gostava dele e adoravam ficar assistindo as discussões bobas, as respostas atravessadas, as tentativas infrutíferas, os sorrisos e olhares secretos.

    Ela achava que o amor que sentia por ele era o seu segredo e escondia seu diário cheio do nome dele e de corações de todas as cores, cada vez mais. Não queria gostar tanto dele, não queria sentir vontade de vê-lo a toda hora, de estar com ele. Não queria admitir que adorava todas as investidas dele, aquele sorriso de canto que ele lhe dirigia, e os elogios e cantadas baratas que faziam todos ao redor rir. Adorava, mas sabia que era nova demais, que não era a hora, que não era o tempo e guardava tudo aquilo secretamente no coração. Era o seu segredo que todo mundo conhecia.

    Ela tinha certeza que não. E seu pai veio com a notícia da mudança: iriam para outra cidade. O primeiro pensamento que teve foi de susto e dor. E foi dele. Como assim iriam se mudar? E o que sentia por ele? E o amor dos dois que em seu tempo correto viria a se concretizar? Seriam felizes juntos, será que os pais não entendiam isso? Não. Não entendiam. Ela se despediu de todo mundo. Menos dele.

    Foi quando a infância realmente se foi, junto com o tom esverdeado dos olhos que por fim decidiram-se castanhos. Foi quando se viciou em chocolate e em romances impossíveis. Foi quando começou a chorar. Ele, seu segredo, ainda ardia nas lembranças, ainda fazia falta no dia-a-dia, ainda estava em seus diários, mesmo depois de anos. Cresceu, alimentando um amor platônico que não a deixava ver nenhum outro. Lia demais, estudava demais, assistia desenhos demais, porque ele doía demais.

    E ela ainda era nova demais pra entender que certas coisas não mudam com o tempo. Quando, a convite daquela sua melhor amiga, voltou ao prédio onde morara para passar alguns dias, o coração batia descompassado de imaginar que o veria novamente. Não o viu neste primeiro dia. Nem no segundo, nem no terceiro. Sabia que ele continuava morando ali, mas tinha vergonha de perguntar o que quer que fosse sobre ele a amiga.

    Mergulhada em seus pensamentos numa tarde, resolveu descer para o jardim enquanto a amiga tomava banho. Ao fechar a porta e virar-se, lá estava ele com aquele sorriso de canto. Muito mais alto, mais velho, mais bonito. Mas ainda com aquelas roupas escuras e os cabelos longos que iam até as costas. Algo que preservaria para sempre era a voz das amigas dizendo que ele era muito esquisito para ela, e ela sempre retrucando que não tinha nada a ver com ele.

    E ali mesmo no meio da escada, sem dizer sequer uma palavra, ele a puxou pra si e a beijou. Todas as barreiras do tempo, da idade, do medo, da infância-juventude se desfez com aquele primeiro beijo. Ah, o primeiro beijo. Molhado, estranho, ruim mesmo. Ela se afastou, vermelha como uma pimenta.

    “Porque não se despediu de mim?”

    “O que?” Ela piscou algumas vezes, os olhos castanhos escuros ali na escada.

    “Você mudou um pouco. Seus olhos eram verdes com pintinhas” Ele sorriu, e puxou-a pra perto de novo, olhando-a profundamente. “As pintinhas ainda estão aqui”

    E houve um segundo beijo rápido, um terceiro demorado. Foi ficando melhor com o tempo, com o jeito que foram encontrando de encaixar os lábios melhor, de sentir o gosto do outro melhor daquele jeito juvenil. E depois a conversa de mãos dadas, os sorrisos, as testas encostadas, o respirar o mesmo ar que durou alguns minutos, e pareceram horas, uma vida inteira aquele momento secreto. Só deles. Aquele primeiro-amor-segredo, aquele secreto primeiro beijo.

    Mas nem tudo é sempre perfeito, nem todo final é feliz. Na verdade não houve um final, só caminhos diferentes. Ela se foi de novo. Despediu-se dele com um beijo e o gosto que jamais esqueceria. Dessa vez para sempre.


  2. A menina tinha um segredo que era só seu.
    Guardava-o a sete chaves. Ficava escondidinho, preso à coleira.
    Mas, um dia a coleira arrebentou e o segredo fugiu.
    Caiu em um bueiro enorme parecido com uma boca
    Do povo da cidade
    E assim, o segredo tão cuidado, tão guardado
    Já não era mais dela.
    Era meu, era seu, era nosso.
    Por Rê Lima
    Que tenta guardar o seu segredo de estimação , mas ele insiste em fugir.

  3. Autor: Giovanni Nobile

    - Psiu!
    - Eu?
    - É! Posso te contar um segredo?

    - Não!

    ---

    (O texto acima foi escrito no formato 'microconto', numa tentativa de produção de novas formas literárias e, também, pela falta de habilidade em lidar com o tempo, no meu caso).

  4. Por: Cris Costa

    Fabrício saiu da Cerimônia de Entrega do Prêmio “Profissionais do Ano”, orgulhoso pelo reconhecimento, mas entediado. Despediu-se de seus colegas de trabalho e optou por voltar caminhando para casa. Morava do outro lado do parque e a noite estava tão bonita. Pensou que a caminhada noturna talvez o animasse um pouco. Já estava na metade do caminho quando ouviu um barulho estranho entre as árvores. Acelerou os passos e percebeu que estava sendo seguido. Alguns segundos depois, corria pelo parque desesperado, sentindo que o mal se aproximava cada vez mais. Olhava a sua volta, mas não conseguia ver nada. Maldita hora em que pensou que seria legal caminhar de volta para casa, ao invés de chamar um táxi. Não sabia ao certo o que o perseguia, mas era possível sentir sua respiração. Um arrepio percorreu sua espinha. “Socorro, alguém me ajude!! Socorro!!!”. Onde estava o guarda do parque naquele momento, quando mais precisava. Gritava com toda a força de seus pulmões e somente o eco na escuridão respondia. Praguejou recordando que bastava estacionar o carro por ali, na companhia de uma garota nas belas noites de verão, que imediatamente surgia o robusto guarda advertindo que era proibido “namorar” no parque. E por que naquele maldito momento o guarda não aparecia. “Socorro!”.

    Já era possível ouvir os passos cada vez mais próximos, bem como, os rosnados. “Socorroooooooo!!!”. Ao avistar as luzes da viatura que se aproximava, Fabrício empreendeu toda sua força, mas somente sentiu um golpe que o arremessou ao chão. A dor do impacto e a sensação de sua pele senso rasgada foi tão intensa que tudo se apagou. Quando acordou, com a claridade do sol em seus olhos, demorou um pouco para que ele reconhecesse que estava em um quarto de hospital. Quando movimentou o braço com o intuito de tocar a campainha, sentiu muita dor e só então constatou que seu braço direito estava totalmente coberto, um curativo. Com muito esforço conseguiu apertar o botão. Algum tempo depois, o médico responsável foi visitá-lo.

    - Como está se sentindo?? Você pode me responder seu nome completo e idade?? – disse o médico, com um sorriso amarelo para disfarçar a preocupação.
    - Meu nome é Fabrício, tenho 32 anos. Sou filho de Anabella e Augusto. Tenho uma empresa de auditoria na área de aviação. Moro no edifício Dom João e, ontem estava atravessando o parque, voltando para casa da Cerimônia de Homenagem aos Profissionais do Ano quando um atacado por um maníaco. – respondeu Fabrício irônico, pois percebeu que o médico receava que tivesse perdido a memória.
    - Òtimo, ótimo!!! Sua memória está perfeita, mas o Sr. foi atacado na Sexta-feira e hoje é Terça-feira. A desorientação é normal em casos como o seu. A polícia virá interrogá-lo assim que estiver preparado. Eles acreditam que o seu agressor estivesse acompanhado de um cachorro, treinado para matar– falou o médico friamente.
    - Cachorro!!! Impossível...o que me atacou era muito mais forte que um cachorro. E estes ferimentos, foram todos provocados por um cachorro??? Pensei que os cortes tivessem sido provocados por facadas???? – perguntou.
    - Exatamente. Seus ferimentos são semelhantes aos produzidos por ataques de cães. Não há sinais de cortes produzidos por faca, tesoura ou qualquer outra coisa. Suas dilacerações foram provocadas por algum tipo de cachorro, talvez um pitbul. Fabrício você teve muita sorte em sobreviver, pois o bicho parecia estar muito enfurecido – declarou o médico sinceramente.

    De repente sentiu novamente sua carne sendo rasgada, o imenso vulto negro de olhos vermelhos raivosos e famintos, os grandes caninos investindo contra sua carne. Um último suspiro.

    Fabrício levantou-se assustado, suando e com falta de ar. Três e cinco da manhã acusava o relógio na mesinha de cabeceira. Levantou-se e foi até a cozinha, precisava de água, sua garganta doía de tão seca. Olhou para a imensa cicatriz no braço direito que mesmo após duas cirurgias plásticas ainda chamava a atenção. “Maldita noite! Que baita sorte”, pensou já se dirigindo para o escritório.

    Indiferente ao calor de 37ºC, Fabrício vestiu a camisa manga longa, a calça social, pegou o paletó e a gravata, escolheu um dos relógios de sua coleção e saiu para o trabalho. Não conseguiu mais fechar os olhos desde que despertara as três da manhã e nesse intervalo tinha encerrado um relatório, encaminhado e-mails e revisado a agenda do dia. Estava tudo organizado para sua ausência.

    Fabrício era um homem fabuloso, alto, cabelos negros e fartos, olhos verdes e um corpo muito bem definido. Era admirado pelos funcionários e desejado pelas mulheres. Sua empresa estava em ascensão, o que o levava a viajar constantemente. Pelo menos uma vez por mês ficava fora por uma semana. Estava envolvido com Beatriz a alguns meses. Realmente gostava dela, contudo, já alertara a pobre coitada de que nunca passaria disso, casamento estava fora de cogitação, filhos, então, nem pensar.

    As semanas sempre passavam rapidamente. Já estava novamente com a mala no carro. Já tinha feito a reserva na cidade de destino e deixado os funcionários devidamente orientados. Embarcou, tinha pela frente mais uma semana de desafios. “Que Deus me ajude a sobreviver a mais esta semana!”, pensou enquanto o avião decolava.

    O pequeno sítio era encantador e ficava a uma distância razoável da cidade. Com certeza Beatriz adoraria o local, pensou com desgosto, visto que não podia proporcionar a ela este prazer. A tarde começou a cair e a lua cheia com todo seu esplendor começou a iluminar o céu.

    Sentiu a primeira pontada de dor. Parecia ter levado um soco no estômago. A seguir vinham os enjôos, e ia se aprofundado como uma cólica renal. Depois parecia que todo seu interior começava a se desintegrar. Uma dor intensa, sufocante. “Maldita noite de lua cheia!”, pensava ao mesmo tempo em que proferia maldições. Seus ossos se partiam e tomavam outra forma. A pelagem escura surgia, as garras afiadas cortavam sua pele, os instintos se tornavam mais aguçados. A transformação era um processo de tortura indescritível. O homem desaparecia e a fera estava solta, desesperada e faminta. Um uivo e após um silencio agoniante. A lua cheia era a única testemunha da caçada que começava. Sete longas noites.

    “Enfim a última noite! Maldita seja!”, pensava Fabrício sentado na varanda apreciando os últimos raios do sol. A lua cruel começava a despontar. O processo começava, o último dia de transformação. A última caçada do mês.

    Espreitava entre a cana-de-açúcar. Não haviam mais animais por ali. Estudava suas possíveis vítimas. Haviam homens trabalhando na região. Tinha que ser cuidadoso. Um dos homens percebeu sua presença. A vítima foi escolhida naquele instante. A caçada começava.

    O homem partiu com seu caminhão carregado de cana queimada, pela estreita estrada de terra. A Fera começou a perseguir o veículo. O homem mais uma vez pareceu perceber sua presença. Teria que ser rápido, pois a presa estava alerta. Havia uma abertura entre todo o metal, perfeita na altura do pescoço do homem. Um único golpe perfeito seria letal. Projetou-se contra a lateral do caminhão e encontrou um local de apoio. Subitamente o homem virou e pôs-se a encará-lo. Um misto de horror e susto pode ser visto em seu olhar. O homem tinha os olhos arregalados, totalmente sem cor na pele. Seus instintos aguçados, sentiram o medo que percorria as entranhas da presa. Seus sangue fervia. O ataque foi rápido, tanto quanto o movimento do homem, que conseguiu desvencilhar-se. Havia uma proteção transparente que impediu que as garras da fera acertasse em cheio a jugular da vítima.

    A caça era tão ágil quanto o caçador. Desafiante. O homem começou a dirigir em ziguezague, tocando o barranco, tentando arremessá-lo para longe. O medo e o instinto de defesa da presa, aguçaram ainda mais o desejo da Fera. Queria rasgar a pele da presa, arrancar-lhe a cabeça e dilacerar as demais partes do corpo.

    O homem o golpeava com o pés e mãos, dirigindo insano. Desde sua transformação, aquela era a primeira vez que encontrava resistência em uma presa. Estava se divertindo. O homem o golpeava com muita intensidade, o que somente aumentava o prazer da caça. Aumentou os ataques, as garras passando a milímetros da pele da presa, que a essa altura não tinha mais nenhuma cor, parecia que todo sangue tinha fugido do corpo do homem.

    A pequena distração ao “brincar com a caça” lhe custou o final da caçada, pois sentiu a aproximação da civilização. Não podia se expor, era uma risco desnecessário. Saltou e correu em direção à plantação. Desapareceu.

    Quando acordou, estava nu deitado na varanda. Seu corpo estava repleto de arranhões, com o sangue já seco. Precisava se limpar. Ao se defrontar com o espelho empalideceu. Seu rosto estava com muitos hematomas e o canto esquerdo bem inchado. Realmente tinha sido uma caçada excitante. A vítima resistira bravamente.

    Enquanto limpava os ferimentos começou a pensar no que dizer quando voltasse à cidade. Toda encenação tinha que ser perfeita. Desceu do táxi e sorriu antes de apertar a campainha da casa de Beatriz. Quando ela o viu, ficou branca como a neve. Ele tinha pleno conhecimento de sua aparência.

    Feliz por estar vivo, Fabrício abraçou a amada e começou a lhe contar os detalhes do sequestro relâmpago do qual foi vítima ao chegar na cidade. Apesar de muito cansado relatou com muito cuidado cada momento de medo vivido. A pobre Beatriz ficou horrorizada com a crueldade e insanidade do assaltante. "A vida nas grandes cidades estava tornando-se insuportável."

    Depois de contar a Beatriz tudo o que lhe aconteceu, Fabrício prometeu descansar e não viajar mais. “Não pelo menos durante as próximas três semanas”, pensou satisfeito. Tinha decidido que estava na hora de terminar o relacionamento com Beatriz, pois da próxima vez qual desculpa inventaria??

    Não queria arriscar sua vida.

    Este era seu fardo.

    Este era seu segredo.

    Fim....ou melhor dizendo, até a próxima lua cheia!


  5. por Medéia


    Despertar.
    Abrir os olhos e sem mesmo te ver, sentir.
    Teu calor que emana e irradia em meu corpo.
    Suor.
    Gotas que escorrem do teu corpo para o meu.
    E o pensamento de profundo amor.
    Então eu te vejo.
    Pele acetinada e clara entrevista nos lençóis.
    Agora te ouço.
    O bater do coração.
    Meus ouvidos surdos para outro som.
    Tranco a respiração para não te acordar.
    Seu sono tranqüilo.
    Subir e descer.
    Minha mão desliza na tua pele branca.
    Tão leve.
    Asas de borboleta.
    Teus cabelos dourados.
    Cetim sob o sol da janela.
    Escondendo teus seios.
    Duas luas na minha escuridão.
    O que você esconde?
    Que me deixa assim, palpitante.
    Teus segredos. Não sei.
    Mas não quero descobrir.
    Quebrar o encanto.
    Te afastar de mim.
    Do meu coração.
    Guardo então meus segredos.
    E os teus também, em um cofre da memória.
    Nem mesmo olhei, nem quero olhar.
    O que me faz te desejar e amar.
    Sem saber o que é,
    Não tem como acabar.


  6. 16º DESAFIO

    20/11/2008


    O que há de mais secreta na alma humana?

    O que você pensa apenas para você?

    O que você esconde de você mesmo?


    O tema da rodada é:

    Segredos

    Prazo para postagem: 20/11 a 04/12
    Votação: 05/12 até 08/12