por Medéia
Ele entra na sala e a vê sentada ali. Pernas cruzadas, sapatos baixos de cor clara, legging preta e bata branca. O olhar dela se desvia da parede e vê quando ele chega. Calça cáqui e sandálias com blusa de algodão cru.
- Olá – ele diz.
- Olá – ela responde por educação, demonstrando não querer conversar.
O silêncio reina entre os dois.
A sala é de cor clara, enfeitada por copos de leite amarelos e pinturas marítimas. O sofá em L verde musgo, onde cada um se senta num canto.
Uma música ambiente se ouve. Calma e tranqüila como uma canção de ninar.
Além da porta por onde ele entrou há outra porta na sala.
- Você faz idéia do que há atrás daquela porta? – pergunta ele, tentando uma conversa novamente.
- Não – responde ela – Só me pediram para esperar aqui.
- E alguém já veio te orientar?
- Não, cheguei um pouco antes de você e até agora ninguém apareceu.
Novo silêncio na sala. A música ambiente parece ter aumentado ligeiramente.
Ela cruza e descruza as pernas demonstrando nervosismo. Ele esfrega uma mão na outra tentando se manter calado.
Ela descruza as pernas e se inclina em direção a ele perguntando:
- Por que você acha que estamos aqui?
- Não sei, imagino que queiram algo de nós.
- Eu não conheço você de algum lugar?
- Talvez, seu rosto é bastante familiar para mim.
Novo silêncio entre eles. O som diminui e eles ouvem uma voz feminina falando com eles. Palavras gentis e amorosas, algumas vezes canções, em outras apenas palavras de encorajamento. Algumas vezes se ouve uma voz masculina, porém mais baixa e mais constrangida ao falar.
Os dois se olham estranhando, mas permanecem em silêncio ouvindo.
- Quanto tempo será que ficaremos aqui? – ela pergunta curiosa e inquieta.
- Não sei, mas sinto que não muito mais. Alguém nos virá buscar logo. – ele tenta encoraja-la, mas sem muita convicção.
Depois de um longo silêncio os dois ouvem a mulher novamente. O som que ela faz os deixa nervosos. Ela parece sofrer. Gemidos e gritos, e a voz masculina a encorajando.
A ansiedade os faz levantar e andar pela sala. Quando se dão conta, suas mãos estão entrelaçadas e eles apenas esperam.
A porta então se abre e uma luz surge muito brilhante e forte.
Os dois, de mãos dadas ainda, são impulsionados juntos para a porta. Um ar frio os faz tremerem juntos e o medo do desconhecido aumenta. Mesmo assim, eles seguem em direção à luz que os cega e não lhes permite ver nada. Sem perceber os dois gritam enquanto seguem sua travessia.
A vida dos gêmeos de Ana Paula e Marcos começa então naquele dia 04 de setembro de 2008, dia do seu nascimento.
Medéia, o que dizer de seu texto?
Exala originalidade. Os diálogos são envolventes e reforçam o clima de suspense. A expectativa vale o desfecho da história.
Aplausos!
Beijos
Medéia...
Incrível o desfecho de sua história, eu já estava começando a roer minhas unhas querendo saber o que estava acontecendo, foi absolutamente demais.
Parabéns!!
Bjs
Uau!
Todo mundo me surpreendendo, também não esperava por esse final, mas ficou lindo!!!!
PARABÉNS!
Bjos
Bom texto...Gostei da forma que levou a história!Parabéns!
Medéia, gostei muito. Parabéns!
Vocês todas são magníficas!
Seu texto me inspirou um poema, que publicarei em meu blog.
Um abraço!
Medéia,
O seu texto é bastante criativo.
Gostei bastante da aura de suspense do texto que revela o segredo da espera só no final.
Parabéns!!
Bjs...Rê