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  1. Ave Eva! Ave Ava!

    28/10/2008


    Nas duas faces de Eva
    A bela e a fera
    Um certo sorriso
    De quem nada quer...
    (Sexo Frágil - Rita Lee)


    Ei-la aqui. Leve e naturalmente bela. Impecável. Porte elegante, pose de rainha. Parece sair de um comercial televisivo. Mas o que a diferencia dos demais humanos?
    Ava, seu nome. Em homenagem a Gardner, dizia sua mãe. Foi criada para ser uma dama, embora tivesse dúvidas quanto ao seu próprio destino.
    Eva, sua primitiva antecessora, havia lhe mostrado o caminho das pedras: como ser única e especial quando se propõe a conquistar algo ou alguém.
    Ava em busca do seu sonho, talvez não se dê conta do quão magnética é sua presença. Atrai olhares por onde quer que passe, embora não o faça premeditadamente.
    Sabe ser irritantemente provocativa e sensual, sem de fato querer sê-lo. Não precisa forçar para aparecer. Como um sol de manhã radiante, assim é a sua presença por onde quer que vá.
    Seu destino não seria traçado por outrem a ditar-lhe ordens. Tem o controle da situação, embora não deixe transparecer. Pensa alto. Seus desejos, do tamanho do mundo, indicam a imensa vontade de viver. Sabe que o universo conspira a seu favor. Por isso, quer sempre mais de tudo e de todos. Às vezes, indaga consigo mesma se não é idealista e sonhadora demais.
    Propôs-se a não contentar com menos. Sentir-se livre e dona de si, dos seus desejos, das suas vontades. Não ser propriedade de alguém e nem permitir que se apossem dos seus sonhos.
    Permite-se sonhar. Assim, se liberta de todos os temores. E põe para fora os monstros escondidos em seu interior.
    Almeja, como todas, encontrar um grande amor. Embora se recuse personificar o ideal de mulher subserviente, doméstica e procriadora.
    O seu papel é brilhar na tela da vida. Os demais, coadjuvantes de sua história, giram ao seu redor e contribuem para escrever um enredo repleto de amores, dissabores mil, sob o embalo de uma trilha sonora eletrizante.
    Quer ouvir, mas quer ser ouvida. Quer sentir, mas quer ser sentida. Quer beijar, mas quer ser beijada. Quer amar, mas quer ser amada. Quer apenas ser feliz.
    Sabe que tem a seu favor o segredo. A poderosa arma feminina.
    Aliás, Eva, Ava e todas a possuem: um sexto sentido que as diferenciam do sexo oposto. Eles, os homens, jamais entenderão o que isso significa, mas estão por completo subjugados a seu poder.
    Eva, Ava e todas as mulheres têm por companheira, a intuição. Não por acaso, substantivo FEMININO.
    Afetivas por natureza desenvolveram melhor o chamado feeling, pressentimento, sexto sentido. A percepção das coisas. Assim, descobriram estar em vantagem, sem a necessidade de fazer uso da força bruta.
    Sabedoras da arte de ler nas entrelinhas, perceber pequenos detalhes, ler, interpretar gestos e sinais emitidos pelo corpo.
    Ava e Eva sentiram. Antes, pressentiram a grande conquista: o dominio do mundo. Impossível explicar o inexplicável. Graça. Dom divino. Intuição.
    Ave Ava! Ave Eva! Ave Maria!
    Fato é que todas mulheres a possuem e nessa infinidade de personalidades que as tornam únicas, todas são um pouco Eva, um pouco Ava.

    Por Rê Lima, mulher (em TPM) e nas sábias palavras de Rita Lee: "Bicho esquisito. Todo o mês sangra.Um sexto sentido. Maior que a razão".

  2. 3 comentários:

    1. Anônimo disse...

      Rê, mandou bem!
      Todas únicas, e todas um pouco Eva, um pouco Ava.
      E realmente somos fantástica com a tal intuição, coisa que os homens nem sonham!!! =D
      Bjossss

    2. Vivi disse...

      Mais uma a se apropriar de um ícone feminino. O texto é uma gostosura de ler. Logo me senti sorrindo ao correr os olhos por essas linhas fagueiras. Esse texto é um estado de espírito, Rê. No mais, você foi feliz ao incorporar o tom de loa que soa como uma doce toada.

    3. Cris disse...

      Rê,
      Que texto fabuloso, adorável!!!
      Como é bom olhar no espelho e ser uma Ava/Eva...
      Com certeza você veio com força total para este desafio.

      Parabéns!!!