Então foi assim que Maria ficou conhecida:
Por sair vestida para ir ao trabalho.
Todos na rua estranharam.
A sua ousadia lhe custaria caro.
Como assim? Todos andam pelados e ela vestida?
Os colegas olhavam para ela estranhando aquela vestimenta.
Sentou-se como de costume em sua cadeira e ao ligar o
computador
Deparou-se com um registro feito por alguma câmera
fotográfica de celular,
Estavam expostas as suas vestimentas para quem quisesse ver.
Atordoada, falou consigo mesma: “Que vergonha. Minha vida está acabada.”
No entanto, para sua surpresa, passado um mês, ela estampava
a capa de uma famosa revista masculina como a mais bem vestida.
Sorrindo, pensou: A
tecnologia me favorece.
Bem típico de você colocar o tema do avesso. Não é de se admirar que, um dia, o mundo dê uma reviravolta e vejamos tudo de ponta-cabeça. A abordagem adotada em seu texto não busca respostas fáceis. É profundo ainda que tomado por uma simplicidade criativa com um alto senso de humor. Gosto demais desse olhar. Lembrei-me da frase do Marques de Maricá: "A imaginação veste o nu e despe o vestido". No mais, a tecnologia ao sabor da cultura instântanea, cria as suas imagens, os seus fatos e os seus famosos instântaneos. Bem sacado!
Muito bem bolado, Rê!
Irônico e muito profundo, analisando o despir e o vestir através da tecnologia em um mundo às avessas.
Show!
Adorei Rê, a crítica implícita, o tom humorado e a visão de mundo ao contrário me cativaram! Parabéns :)
Oi, Rê, td bem? Apesar do atraso, aqui vou eu!
Admiro quem gosta de jogar as coisas pelo avesso, também adoro investir nisso!
Mas eu acho que ficou estranha a maneira como você se expressou com "vestimenta", "bem vestida", etc.
Porque, se nesse mundo as pessoas não usam roupas, então provavelmente esse verbo por si só seria muito estranho e não utilizável, não é mesmo? Alguma outra palavra seria mais adequada, como "usando tecido sobre o corpo".
Tb não entendi por que ela sentiu-se envergonhada, se estava do tal jeito estranho pra todo mundo ver...