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  1. UM DIA DE VERÃO

    15/02/2009

    Por: Cris Costa


    Stella estendeu sua manta xadrez sob o suntuoso ipê amarelo. Dali era possível ouvir o som do riacho. Para ela era o melhor lugar do mundo. As férias na fazenda eram sempre inigualáveis. Deitou-se e abriu seu livro.
    De repente ouviu um cavalgar e ao olhar no horizonte viu uma figura singular. Montado em um magnífico cavalo negro, o homem usava um traje também negro que cobria inclusive seu rosto. O cavalo empinou e saiu em disparada, desaparecendo. Stella sentiu um arrepiu lhe correr a espinha, tão logo, ouviu o som do animal se aproximar. Tudo correu muito rápido e quando olhou novamente, o cavalo empinava novamente a sua frente.
    O animal e o homem pareciam ser um só. Stella estava tão assustada que mal conseguia respirar. Em segundos o animal, como em referência abaixou-se e o homem desceu, caminhando em direção à Stella. Ele tinha os olhos intensamente verdes, que contrastavam com a vestimenta negra. Stella foi dando passos para trás, quando chocou-se com o imponente ipê.
    - Não tenhas medo, jovem donzela, não irei lhe fazer mal! – disse o homem – Sua presença me surpreendeu por isso me aproximei...
    - Tudo bem! !!! Mas, não precisa se aproximar mais – respondeu Stella apavorada
    - Jovens Donzelas, não costumam descansar sozinhas neste lado da floresta. A qual família pertence? – perguntou ele, dando leves passos na direção de Stella
    Ele soltou uma gargalhada ao reconhecer o pavor nos olhos de Stella e nesse momento ela também o reconheceu.
    - Sage! – exclamou ela com extremo alívio
    - Quem mais poderia ser... – disse ele descobrindo o rosto e exibindo o perfeito sorriso – Não prometi que te encontraria novamente, nunca deixo de cumprir uma promessa.
    Ela o abraçou e tocou levemente os lábios em sua face. Um beijo suave e puro. Ele realmente era um homem nobre e nunca deixaria de cumprir uma promessa. Desde quando o conhecera, Stella vivera grandes aventuras. No fundo de seu coração, esperava por ele todos os dias, por isso ia até o riacho na esperança de encontrá-lo.
    - Quero levá-la para conhecer minha família e também meu lar – falou ele, segurando-a pela cintura
    - Sério!!!! Tem certeza??
    - Claro! Meu pai está ansioso para conhecê-la, você irá adorar minha casa...Por favorm não me negue este pequeno prazer.
    - Como posso lhe dizer não...
    Sage tomou-lhe a mão e a ajudou a montar em Sly. Cavalgaram pelo vale e atravessaram a florida colina. Stella não podia acreditar em que seus olhos viam. A sua frente estava o mais belo castelo, todo feito de pedra e em sua mais alta torre estava a bandeira com o mesmo brasão que Sage exibia em sua vestimenta. Naquele momento Stella teve absoluta certeza de que Sage era parte da família real.
    - Sage, por favor, me diga que você não é da família real
    - Não sou da família real!
    - Jura?
    - Não!
    - Como?
    - Você pediu que eu disesse que não era da família real, por isso, eu disse...
    - Então você é da família real?
    - Sim...sou o único filho do rei Heitor. Um dia serei rei.
    - Ai, ai, ai...porque não me disse antes!
    - Você nunca perguntou...e que diferença isso faz.
    Neste momento as portas do castelo se abriram e um casal veio ao encontro deles, acompanhado de um rapaz parecido com Sage. Stella foi apresentada a todos, inclusive ao primo Lance. Se algo acontecesse com Sage, lance assumiria o trono. Stella foi levada até um imenso quarto e após um longo banho vestiu o belo vestido que Marcy, mãe de Sage, tinha lhe dado. Houve um jantar no qual Stellla conheceu inúmeras pessoas do reino. Teve a infelicidade de conhecer inclusive Ivana, que era declaradamente apaixonada por Sage. Ivana fez tudo a seu alcance para humilhar Stella, mas, a sorte ajuda quem merece e nada de grave aconteceu.
    Os dias transcorriam em perfeita harmonia, Stella estava tão feliz que não pensou duas vezes para aceitar lecionar na escola do reino. Acompanhou Sage em bailes e em visitas pelas aldeias. Sage era adorado por todos. Marcy ofereceu um baile de gala para apresentar Stella a todos da região. Sage dançou todas as músicas com Stella e ao final do baile, convidou-a para um passeio. Estavam andando pelo vasto jardim, quando de repente, Sage ajoelhou-se perante Stella.
    - Stella, espero que você não me odeie por isso, mas não posso esconder meus sentimentos. Você já conheceu a todos e já se adaptou tão bem ao meu lar, que não posso permitir que você me deixe nunca mais...você...você...Stella, você aceita se casar comigo? – Sage olhava nos olhos de Stella e segurava uma linda aliança.
    - Sim...sim....sim....sim – gritou Stella ao mesmo tempo em que se abaixava para abraçar fortemente Sage
    Era início da primavera e todo o reino estava aguardando pelo casamento do príncipe e sua adorável escolhida. Stella estava vestida com o belíssimo vestido de noiva que fora usado também por Marcy. No início da tarde, uma de suas assistentes lhe entregou uma caixa de veludo e um cartão. Na caixa havia um maravilhoso conjunto de brincos e colar de brilhantes e o cartão dizia: “Espero que os use em nosso casamento. São perfeitos para você! Com Amor..Sage”.
    Stella estava muito ansiosa, pois não tinha visto Sage o dia todo. Não via a hora de lhe dizer sim e ser feliz para sempre. Estava divagando em sonhos, quando de repente ouviu batidas na porta e correu para atender, tinha certeza que era alguém do cerimonial avisando que já era hora de descer. Quando abriu a porta, foi agarrada pela nuca e uma pessoa mascarada levou um lenço umido ao seu rosto. Tentou se desvencilhar, só que o inimigo era muito forte e a dominou com facilidade. Começou a ficar zonza, tudo rodava a sua volta e ouvia ao longe alguém chamar pelo seu nome “S-T-E-L-L-A”.
    - Stella! Stella! Stella!
    - Estou aqui – respondeu com lágrimas nos olhos
    - Menina, faz um tempão que estou te chamando...pensei até que você estivesse dormindo. – disse a senhora
    - É acho que dormi mesmo. – disse Stella se levantando
    - Vamos Querida, o almoço já está na mesa, mais tarde você volta para a companhia do livro.
    - Ah! Vovó!...este livro é mesmo ótimo, não consigo me separar dele. Estou aflita para saber o que vai acontecer agora...
    - Querida, eu sei o quanto este livro é maravilhoso, mas agora vamos que seu avô está nos esperando...
    Stella pegou a mão da Avó e seguiu pela trilha que levava até a casa da fazenda, tentando imaginar o que iria acontecer depois.

  2. 4 comentários:

    1. Mais uma vez temos semelhanças em nossos textos - férias, avó, um cochilo lendo um livro, imaginação fértil da mocinha.
      Gostei da Stella, romântica como você!
      Beijos e Parabéns para NÓS!

    2. dois textos bem próximos este e o da Medéia. A única coisa que pra mim não funcionou mto bem, é que logo de cara o desenrolar ficou aparente, seguiu uma linha um tanto conhecida. O recurso do "acordar de um sonho" podia ser feito com outra roupagem ao menso eu acho...

    3. Vivi disse...

      A história é gostosa, divertida, Cris e remete à infância. Sim, você e medéia seguiram uma linha parecida. A sugestão do Rodrigo é pertinente pois, atenta para um fator essencial que é a surpresa. Quando se trata do estilo conto de fadas, tal componente é importante pois estimula a imaginação criativa do leitor. Não é assim que acontece com Estela ao ler? Na história ela cria um desenho imaginário a medida que lê ao ponto de interagir com os personagens da história. Isso ampliaria a proposta de seu texto. Ah. eu também sou um pouco de Stella.

    4. disse...

      Cris,

      O romantismo paira no ar. Principes encantados e belas donzelas.
      Esta é a magia da leitura.
      Criatividade a toda prova.
      O texto está bom, mas percebi que a transição de um acontecimento para outro se deu de forma muito rápida.
      No mais, parabéns e continue sempre assim,Cris.
      Bjs..Rê