por Medéia
Beijar é um verbo no presente"Beijei" já acabou, o bom mesmo é "eu beijo"
"Beijarei" está longe e pode nem mesmo acontecer
Por isso, não perco oportunidades e beijo
Beijo muito!
Aproximo meu rosto e desvio o nariz do outro
E quando as bocas se tocam, sinto os lábios molhados
Espiralmente as línguas invadem o espaço alheio
Então o tempo pára, enquanto só sinto
Beijar é sentir
É a teoria da relatividade no encontro de duas bocas famintas
Pois o tempo não existe no espaço de um beijo.
Confesso que o começo não me chamou a atenção. Achei até meio... "inocente", literariamente. Mas que final, não? Um último parágrafo daqueles. Já desde da metade do segundo parágrafo o texto cresce, as construções se elaboram, tornam-se mais rebuscadas, as ideias mais comprometidas com as formas e com a poética. wow!
Mamãe Medéia!
acabei de postar o meu texto e resolvi ler o seu...Ainda bem que só leio depois de postar o meu. Quase tive um "surto" e corri deletar o meu. "Fiquei com vergonha".
Sua poesia ficou incrível, conforme bem afirmou o Rodrigo, o crescimento e o comprometimento se revelam e culminam no estupendo final.
Menina, você estava inspirada!
Lindo!
Parabéns!!
Bjs
Cris (ainda com vergonha do texto postado);-)
E então, Medéia! Esse seu olhar aguçado sobre o valor do beijo rende muitas reflexões. È subverter, revolver o tempo. O seu tempo, o do outro e o tempo em que o beijo ocorre e até quando vira passado. Complicado, não? Mas, você conseguiu passar tudo isso de uma forma simples, porém, profunda. Muito gostoso de se ler.
Beijos