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  1. por Medéia

    Beijar é um verbo no presente
    "Beijei" já acabou, o bom mesmo é "eu beijo"
    "Beijarei" está longe e pode nem mesmo acontecer
    Por isso, não perco oportunidades e beijo
    Beijo muito!

    Aproximo meu rosto e desvio o nariz do outro
    E quando as bocas se tocam, sinto os lábios molhados
    Espiralmente as línguas invadem o espaço alheio
    Então o tempo pára, enquanto só sinto

    Beijar é sentir
    É a teoria da relatividade no encontro de duas bocas famintas
    Pois o tempo não existe no espaço de um beijo.

  2. 3 comentários:

    1. Confesso que o começo não me chamou a atenção. Achei até meio... "inocente", literariamente. Mas que final, não? Um último parágrafo daqueles. Já desde da metade do segundo parágrafo o texto cresce, as construções se elaboram, tornam-se mais rebuscadas, as ideias mais comprometidas com as formas e com a poética. wow!

    2. Cris disse...

      Mamãe Medéia!
      acabei de postar o meu texto e resolvi ler o seu...Ainda bem que só leio depois de postar o meu. Quase tive um "surto" e corri deletar o meu. "Fiquei com vergonha".
      Sua poesia ficou incrível, conforme bem afirmou o Rodrigo, o crescimento e o comprometimento se revelam e culminam no estupendo final.
      Menina, você estava inspirada!
      Lindo!
      Parabéns!!

      Bjs

      Cris (ainda com vergonha do texto postado);-)

    3. Vivi disse...

      E então, Medéia! Esse seu olhar aguçado sobre o valor do beijo rende muitas reflexões. È subverter, revolver o tempo. O seu tempo, o do outro e o tempo em que o beijo ocorre e até quando vira passado. Complicado, não? Mas, você conseguiu passar tudo isso de uma forma simples, porém, profunda. Muito gostoso de se ler.

      Beijos