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  1. Esta é a minha época preferida do ano. Muitas cores da paleta vão embora e novas surgem. Os muitos tons de verde dando lugar ao amarelo ouro. E o amarelo escurecendo até quase o marrom.

    O ruivo do meu cabelo combinando com a natureza. Como os cabelos de Boadicea, a grande rainha guerreira. Assim como eu mesma as árvores estão lutando como guerreiras celtas, com o vermelho esvoaçando ao vento.

    E contra o que lutamos, eu e as árvores? Contra a estação da natureza que se impõe e vem trazendo dias mais frios e escuros. Tentando em vão segurar as folhas nos galhos, enquanto o vento devagarinho carrega em uma dança espiralada as antigas folhas verdes que agora, secas, são levadas.

    Novamente assim como eu, que estou secando por dentro, aos poucos morrendo. Serei levada pelo tempo, pelo vento, pela natureza. Quem sabe possa ensaiar uns passos da dança das folhas, enquanto espero o inverno da minha vida chegar.

    Mas tudo o que tento fazer é seguir os instintos dos meus cabelos cor de fogo e lutar. Quando o inverno chegar deixarei meu corpo dançar a música de encerramento e serei levada para renascer na primavera. Contudo, até lá, serei uma amazona guerreira, entoando gritos de guerra contra o tempo e fazendo justiça ao fogo nos meus cabelos pois ainda é outono e o inverno demora a chegar.

    por Medéia

  2. 4 comentários:

    1. Vivi disse...

      Eis a vida, um circulo de mortes e renascimentos. Percebi no texto um valor confessional muito forte. Lindo texto e com ótimas imagens!

      Besos

    2. Anônimo disse...

      Concordo com a Vivi, Medéia!
      Ótimas imagens transbordam do seu texto tão teu.
      Bjos!

    3. Cris disse...

      Medéia,

      Adoro seus textos.
      Uma sucessão de imagens em tons amarelo fogo e vermelho surgiram. Trouxe-me também a imagem da Medéia guerreira, a qual já havia transformado em texto, lembra?
      A heroina que transpassa todas as adversidades e ainda continua linda.

      Parabéns! Adorei.

      Bjs

    4. disse...

      O seu texto nos permite refletir sobre a nossa existência e sobre o passar das estações da vida.
      Parabéns, Rejane